Portugal pode ser o maior produtor mundial de medronho

Os avanços da investigação científica do medronho podem projetar Portugal como o maior produtor mundial deste fruto silvestre nos próximos anos, disse esta quinta-feira o presidente da Cooperativa Portuguesa do Medronho (CPM).

A investigação nesta área produzida na última década em diferentes instituições do ensino superior, de norte a sul do país, “é que faz a diferença”, adiantou à agência Lusa Carlos Fonseca, professor da Universidade de Aveiro. “Portugal pode tornar-se o primeiro produtor de medronho a nível mundial”, afirmou.

Com sede em Proença-a-Nova, distrito de Castelo Branco, a Cooperativa Portuguesa do Medronho representa “produtores que já têm 200 hectares de medronhal instalados, principalmente no Centro do país”, salientou.

Nestas explorações, incluindo algumas zonas de crescimento espontâneo da espécie arbustiva da flora mediterrânica, poderão ser colhidas no futuro 500 toneladas do fruto silvestre por ano, logo que a produção “esteja em velocidade de cruzeiro”, segundo Carlos Fonseca.

José Martins, que organiza o encontro pelo terceiro ano consecutivo na sua aldeia natal, Signo Samo, possui medronhais que totalizam uma área de 50 hectares. O criador da marca “Lenda da Beira”, que aposta na produção de aguardente de medronho, azeite e outros produtos endógenos, disse à Lusa que 178 pessoas estão inscritas no encontro, a que deverão juntar-se outras durante o programa. Na sua opinião, importa “motivar os presentes e partilhar algum conhecimento”.

Membro da CPM, José Martins “é o maior produtor de medronho da região Centro”, sublinhou Carlos Fonseca. Depois da destruição causada pelos grandes incêndios de 2017, a valorização do fruto e o incremento da plantação de medronheiros representam “uma parte da solução” para os territórios do Interior.

O medronheiro é uma espécie autóctone da Península Ibérica e da bacia do Mediterrâneo, “muito resistente ao fogo” e com grande capacidade de regeneração, realçou o investigador da Universidade de Aveiro, dono de medronhais que totalizam 20 hectares, nas margens do rio Alva, no município de Penacova.

Em 2017, as suas plantações foram parcialmente queimadas, tal como aconteceu com “grande parte dos produtores” na região. “Portugal está na vanguarda da investigação do medronho a nível mundial. Mas podemos ir mais além”, referiu.

Em poucos anos, “há aqui um olhar diferente para esta espécie nativa”, com uma dezena de instituições universitárias “a dedicar-se bastante a esta causa e em busca de novas aplicações”, tanto para o fruto, como para os resíduos lenhosos da poda, disse Carlos Fonseca.

“Ainda não temos produto suficiente para todas as aplicações”, mas, na investigação, Portugal está mais avançado do que países como Espanha e França, entre outros, “que ainda não despertaram” para o valor económico do medronheiro.

O presidente da CPM estima que 95% da área de medronhal queimada pelos incêndios de 2017 conseguiu regenerar-se e verifica-se nalguns casos que as plantas floriram este ano. Otimista, Carlos Fonseca prevê que alguns medronheiros voltem a frutificar já em 2019. “A maioria rebentou e dentro de três ou quatro anos estarão a produzir”, disse, por sua vez, José Martins.

O encontro é apoiado pela Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Câmara da Pampilhosa da Serra e Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.

Fonte: Observador

Alimentos Geneticamente Modificados: seguros ou não?

Até à data, não se conseguiu atribuir nenhum efeito adverso na saúde humana devido às plantas GM (Council on Science and Public Health of the American Medical Association House of Delegates, 2012).

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) OGM são organismos (plantas, animais, bactérias, etc.) que contêm genes modificados artificialmente com um determinado propósito, pela ação de cientistas.

Embora o uso de OGM seja muito antigo, este é do desconhecimento da comunidade geral. Um exemplo é o caso da insulina. Em 1982, nos Estados Unidos da América, foi autorizada a produção de insulina, para comercialização como medicamento para diabéticos, por bactérias GM. Estas foram transformadas pela inserção dos genes humanos envolvidos na síntese de insulina no pâncreas. Atualmente, este produto é de uso generalizado.

As grandes críticas relativamente ao uso dos OGM recaíram, sobretudo, nos alimentos GM. Em alguns casos, assentaram em crenças religiosas, mas a maioria assentou em preocupações relativas à saúde e também ao impacte ambiental. É de realçar que quando um alimento é obtido pela aplicação de tecnologia associada a transgénicos, não é considerado GM. Exemplos são o queijo obtido pelo uso de enzimas produzidas por bactérias GM, o aspartame produzido por bactérias GM, assim como os ovos, o leite ou a carne de animais com nutrição assente em alimentos compostos produzidos a partir de OGM

Apesar do consumo de alimentos GM se fazer há mais de duas décadas, o debate continua, porque, por um lado, uma vez instalados o medo e os receios na população, é muito difícil eliminá-los e, por outro, respostas absolutas são raras. De acordo com diversas publicações, é importante realçar que só se conseguem estabelecer os efeitos dos alimentos na saúde, quer sejam GM ou não, dentro de limites apertados. Os investigadores conseguem prever efeitos com base na informação disponível sobre a composição química do alimento, dados epidemiológicos, variabilidade genética das populações e estudos conduzidos em cobaias.

A maior preocupação associada às plantas e alimentos GM é poderem conter substâncias tóxicas e alergénios resultantes de alterações inesperadas, ou seja, alterações “secundárias” em processos metabólicos originalmente não visados no processo de transformação e melhoramento.

Assim, as controvérsias assentam no argumento de que são mais prováveis as alterações não intencionais no DNA das plantas quando novos elementos genéticos são inseridos por técnicas de biotecnologia, do que pelos métodos de melhoramento convencional. Ora, esta visão não passa de um mito e, para o provar, podem-se enumerar casos de plantas obtidas por melhoramento convencional contendo elevados níveis de compostos tóxicos. Um exemplo é o da variedade Lenape de batata. Esta foi obtida, em 1967, por cruzamento entre variedades com elevada produtividade e com resistência à sarna comum (Akeley et al., 1968). Verificou-se, após estar no mercado, que a sua ingestão causava náuseas, facto que foi atribuído aos níveis muito elevados de gli coalcalóides (solanina e chaconina), que, por sua vez, também a tornavam mais resistente a doenças. Em 1970, foi retirada do comércio.

A Organização Mundial de Saúde declarou que os alimentos GM, atualmente disponíveis no mercado internacional, não têm probabilidade de serem um risco para a saúde humana. Efetivamente, estes alimentos passaram os ensaios de avaliação de segurança (WHO, 2014).

Fonte: Eugénia de Andrade e Isabel Rodrigues . INIAV, I.P

Importância da polinização cruzada em mirtilos

Geralmente a floração do mirtilo prolonga-se, dependendo das variedades e locais, entre 2-3 semanas. A forma da flor e a sua posição invertida não proporcionam boas condições para que se realize a polinização através do vento, dita anemófila.

Por outro lado, verifica-se que existe uma frequente auto-incompatibilidade do pólen das flores, isto é, nem sempre o pólen consegue fecundar as flores da mesma planta ou da mesma variedade mesmo que de plantas diferentes.

Apesar de raramente não se registar a formação de fruto numa planta, o calibre da fruta está interligado ao número de semente que esta contém, e por sua vez o número de sementes depende do número de óvulos que foi eficazmente polinizado.

Por este motivo, é muito frequente ver-se referida a necessidade de existir mais do que uma variedade de mirtilos no pomar. Assim como a pertinência de ser estimulada a presença de insetos polinizadores, especialmente abelhas e abelhões (bombus), para realizarem o papel da polinização cruzada entomófila.

Nos últimos dois anos temos visto uma forte procura por plantas de variedades “rabitteye” ou seja, da espécie de mirtilo Vaccinium virgatum sin. Ashei.

As variedades de mirtilo desta espécie são ainda mais dependentes da polinização cruzada do que a maioria das espécies comerciais, apresentando grandes taxas de auto-incompatibilidade. Porém, temo-nos apercebido que o cuidado dos produtores em “diversificar” o seu pomar tem sido reduzido, e a preocupação em estabelecer os melhores pares quase nula!

Na tabela que publicamos neste artigo (extraída do livro “Cultura do Mirtilo – Engebook”) podemos constatar que a polinização cruzada pode permitir, não só, um interessante aumento do número de frutos vingados (que pode chegar a quase 60%), mas também a um aumento do peso dos frutos, e por inerência do seu calibre.

Algumas variedades, de entre as apresentadas na tabela, exprimem de forma diferente os benefícios da polinização cruzada, como é o caso da Duke, que embora beneficiando da polinização cruzada mostra uma boa auto compatibilidade.

Contudo, mesmo na variedade Duke, uma aparentemente inexpressiva redução de apenas 5% do peso do fruto pode significar menos 500 kg de fruta por ano! E o impacto da má polinização, na variedade Duke (por falta de polinização cruzada), pode levar a uma redução de cerca de 10% na percentagem de frutos vingados, o que tem um impacto multiplicado sobre a produção!

O produtor nem se apercebe dos erros de conceção do seu pomar, porém, a inexistência de variedades para realizar a polinização cruzada vai existir e o potencial produtivo ficará para sempre afetado.

Os produtores de kiwi sabem bem a importância de assegurar uma excelente polinização, e nesse caso é bem evidente que o aumento do peso do fruto, e também do seu calibre, estão diretamente relacionados com o número de sementes vingadas por fruto. O facto de os frutos terem mais sementes não é uma casualidade.

Um maior número de sementes implica uma maior produção de fito-hormonas o que gera, potencialmente, uma maior capacidade de crescimento do fruto pela concorrência pelos nutrientes.


Por Bernardo Madeira

Fonte: Agrotec

Tecnologia para colheita de mirtilos

Com a tecnologia de jatos de ar, única e patenteada internacionalmente, mais de 95% dos mirtilos maduros num planta podem ser colhidos sem serem danificados.

As bagas são recolhidas através de almofadas pneumáticas que evitam pontos de pressão no interior.

Do total de mirtilos colhidos, entre 80 e 90% estão em ótimo estado de comercialização.

As almofadas pneumáticas são peças de ar com enchimento de borracha nas vedações de plástico, através das quais o ar circula continuamente.

Esta tecnologia é usada na máquina de colheita KOKAN500S.

Fonte:

Agrotec

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Limpeza de terrenos florestais tem de estar concluída até 31 de março

A limpeza tem de ser feita numa faixa entre 10 e 50 metros, estendendo-se aos 100 perto de habitações e zonas industriais. Numa segunda fase, avança a fiscalização da limpeza nas redes viária, ferroviária e linhas de energia elétrica.

O Governo dá até 31 de março para que os proprietários procedam à limpeza dos terrenos florestais. O prazo é revelado à Renascença pelo secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, nesta quarta-feira, dia em que é conhecido o mapa das freguesias prioritárias para a limpeza de combustível.
Passada esta fase de remoção dos resíduos florestais, o despacho, assinado em conjunto com o secretário de Estado da Proteção Civil, determina a limpeza numa faixa de 10 a 50 metros, “sendo obrigatoriamente de pelo menos 50 metros no caso de terrenos ocupados com floresta” e de “100 metros”, perto de habitações e zonas industriais, que são áreas consideradas de intervenção prioritária.

Numa segunda fase, entre 1 e 30 de junho, avança “a fiscalização da limpeza das faixas de proteção da rede viária, ferroviária e das linhas de transporte e distribuição de energia elétrica”.
No entanto, o secretário de Estado das Florestas lembra que “as populações devem limpar os seus terrenos até 31 de março”, momento a partir do qual tem início “um período de fiscalização que visa essencialmente os pontos críticos”.

Miguel Freitas mostra-se confiante quanto ao cumprimento e à eficácia deste calendário, sublinhando que “no ano passado, dos 55 mil hectares que foram limpos pelos municípios – que tiveram de se substituir aos proprietários – 83% (cerca de 1.100 freguesias) correspondiam a zonas de intervenção prioritária”.
Questionado sobre a aplicação de coimas a proprietários por incumprimento dos prazos estipulados para a limpeza de terrenos, o secretário de Estado das Florestas lembra que “a ideia-chave é sensibilizar as populações das zonas de risco para que limpem os seus terrenos” e não fazer as contas às multas cobradas, tanto mais que “essa é uma matéria da competência do ministério da Administração Interna”.

Fonte: Agroportal

https://www.agroportal.pt/limpeza-de-terrenos-florestais-tem-de-estar-concluida-ate-31-de-marco/

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