Alimentos Geneticamente Modificados: seguros ou não?

Até à data, não se conseguiu atribuir nenhum efeito adverso na saúde humana devido às plantas GM (Council on Science and Public Health of the American Medical Association House of Delegates, 2012).

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) OGM são organismos (plantas, animais, bactérias, etc.) que contêm genes modificados artificialmente com um determinado propósito, pela ação de cientistas.

Embora o uso de OGM seja muito antigo, este é do desconhecimento da comunidade geral. Um exemplo é o caso da insulina. Em 1982, nos Estados Unidos da América, foi autorizada a produção de insulina, para comercialização como medicamento para diabéticos, por bactérias GM. Estas foram transformadas pela inserção dos genes humanos envolvidos na síntese de insulina no pâncreas. Atualmente, este produto é de uso generalizado.

As grandes críticas relativamente ao uso dos OGM recaíram, sobretudo, nos alimentos GM. Em alguns casos, assentaram em crenças religiosas, mas a maioria assentou em preocupações relativas à saúde e também ao impacte ambiental. É de realçar que quando um alimento é obtido pela aplicação de tecnologia associada a transgénicos, não é considerado GM. Exemplos são o queijo obtido pelo uso de enzimas produzidas por bactérias GM, o aspartame produzido por bactérias GM, assim como os ovos, o leite ou a carne de animais com nutrição assente em alimentos compostos produzidos a partir de OGM

Apesar do consumo de alimentos GM se fazer há mais de duas décadas, o debate continua, porque, por um lado, uma vez instalados o medo e os receios na população, é muito difícil eliminá-los e, por outro, respostas absolutas são raras. De acordo com diversas publicações, é importante realçar que só se conseguem estabelecer os efeitos dos alimentos na saúde, quer sejam GM ou não, dentro de limites apertados. Os investigadores conseguem prever efeitos com base na informação disponível sobre a composição química do alimento, dados epidemiológicos, variabilidade genética das populações e estudos conduzidos em cobaias.

A maior preocupação associada às plantas e alimentos GM é poderem conter substâncias tóxicas e alergénios resultantes de alterações inesperadas, ou seja, alterações “secundárias” em processos metabólicos originalmente não visados no processo de transformação e melhoramento.

Assim, as controvérsias assentam no argumento de que são mais prováveis as alterações não intencionais no DNA das plantas quando novos elementos genéticos são inseridos por técnicas de biotecnologia, do que pelos métodos de melhoramento convencional. Ora, esta visão não passa de um mito e, para o provar, podem-se enumerar casos de plantas obtidas por melhoramento convencional contendo elevados níveis de compostos tóxicos. Um exemplo é o da variedade Lenape de batata. Esta foi obtida, em 1967, por cruzamento entre variedades com elevada produtividade e com resistência à sarna comum (Akeley et al., 1968). Verificou-se, após estar no mercado, que a sua ingestão causava náuseas, facto que foi atribuído aos níveis muito elevados de gli coalcalóides (solanina e chaconina), que, por sua vez, também a tornavam mais resistente a doenças. Em 1970, foi retirada do comércio.

A Organização Mundial de Saúde declarou que os alimentos GM, atualmente disponíveis no mercado internacional, não têm probabilidade de serem um risco para a saúde humana. Efetivamente, estes alimentos passaram os ensaios de avaliação de segurança (WHO, 2014).

Fonte: Eugénia de Andrade e Isabel Rodrigues . INIAV, I.P

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