Investigadores apostam na folha de mirtilo para tratar esclerose múltipla

Projecto de investigação da U. Coimbra recebeu uma Bolsa do Inov C 2020. Querem perceber qual é o potencial terapêutico da folha de mirtilo no tratamento da esclerose múltipla.

LUSA 27 de Novembro de 2018, 13:25

Um projecto de investigação da Universidade de Coimbra (UC) que aposta na folha de mirtilo para tratamento da esclerose múltipla foi contemplado com uma Bolsa do INOV C 2020, financiada por fundos comunitáriosPUB

INOV C 2020 é um projecto suportado por verbas do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), que tem como principal objectivo alavancar ideias de empreendedorismo e inovação na região Centro. Este ano, as Bolsas de Ignição foram atribuídas este ano a 15 “projectos de investigação científica com aplicabilidade comercial”.

Este projecto da UC aposta no potencial terapêutico da folha de mirtilo, um subproduto agrícola desperdiçado, para o tratamento da esclerose múltipla. “Tendo em vista a criação de produtos nutracêuticos com propriedades neuroprotectoras e neurorregeneradoras para uso terapêutico na esclerose múltipla e em doenças do foro neurológico e psiquiátrico, a equipa de investigação encontra-se a desenvolver uma nova tecnologia de obtenção de compostos fenólicos (CF) capazes de actuar no sistema nervoso central, que estão presentes em elevado teor nas folhas de mirtilo”, esclarece a equipa de investigadores.

Com experiência nas áreas de farmacologia, neurologia e fitoquímica, o projecto conta com uma equipa de investigação multidisciplinar da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em colaboração com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, e o patrocínio da Cooperativa Agropecuária dos Agricultores de Mangualde CRL (COAPE).

O consórcio INOV C 2020 é liderado pela Universidade de Coimbra e integra “dez parceiros nucleares”: o Instituto Politécnico de Coimbra, o Instituto Politécnico de Leiria, o Instituto Politécnico de Tomar, o Instituto Pedro Nunes, o ITeCons, o SerQ, a ABAP, a Obitec e o TagusValley.

https://www.publico.pt/2018/11/27/p3/noticia/investigadores-apostam-folha-mirtilo-tratamento-esclerose-multipla-1852585

90% da produção de mirtilos e framboesa da região Centro é exportada

O presidente da Capital dos Frutos Silvestres disse à Lusa que 90% da produção de mirtilos e framboesas da região Centro, em 2017, destinou-se à exportação e lamentou a «falta de visão» em preparar o futuro.

mirtilo

«Até ao final de 2017, no total do que produzimos, 90% foi para exportação», disse Nuno Pereira em declarações à Lusa, acrescentando que cerca de 20% teve como destino a Inglaterra, 10% a Suíça, 50% Espanha, enquanto 10% ficaram no mercado português.

«Vendemos, sensivelmente, 50 toneladas de mirtilo e sete toneladas de framboesa», detalhou o responsável, referindo que, no total, as exportações representaram cerca de 215 mil euros para a cooperativa.

Apesar dos números registados, Nuno Pereira lamenta que haja «falta de visão» para preparar os próximos anos.

Para Nuno Pereira, o preço pago ao produtor e a falta de valorização dos biológicos justificam a fatia da produção de frutos vermelhos que fica em Portugal.

«O preço que é pago em Portugal é muito inferior àquele que é pago no estrangeiro. Em segundo lugar, o produto biológico não é valorizado, enquanto quando vendemos um produto biológico para o estrangeiro o preço sobe entre 15% a 20%, em comparação com o do produto convencional», explicou.

Segundo o presidente da Capital dos Frutos Silvestres, a solução passa por criar convenções com os supermercados portugueses, para que seja prioridade a venda de produtos nacionais.

O responsável defende ainda que os frutos vermelhos nacionais possuem características que os diferenciam da produção internacional, nomeadamente, a nível de qualidade e de sabor.

«Por exemplo, no Chile e no Peru o fruto é apanhado praticamente verde, ou seja, não adquire todas as potencialidades. Nós conseguimos apanhá-lo mais tarde, já na sua maturação, o que faz com que ele tenha muito mais qualidade», indicou.

Como objetivos, Nuno Pereira destaca a entrada no mercado dos países de leste, que define como uma «zona de elite» para os frutos nacionais, uma vez que estes países, ao terem um clima mais frio, não conseguem produzir ao mesmo tempo que Portugal.

Para 2018, o empresário prevê ainda que se registe um crescimento de 10% no que se refere ao valor das exportações, devido às intempéries que têm afetado os produtores internacionais.

O empresário considera que produção de frutos vermelhos pode vir a ser uma das mais rentáveis, caso sejam criadas «cadeias de ligação entre o produtor e a venda final».

«Não há só gente a ganhar dinheiro, há quem esteja a perder e temos de refletir bem sobre esta balança, para criar cadeias de ligação entre o produtor e a venda final. Estes tipos de plantações são rentáveis, se trabalharmos todos bem, vamos ter lucro e penso que o futuro será muito bom. Promovemos o produto, a nossa qualidade, o nosso país, mas na comercialização temos falhado», concluiu.

Constituída em 2017, a cooperativa Capital dos Frutos Silvestres representa 50 produtores de 22 concelhos da região Centro.

Fonte: Lusa 

http://www.agronegocios.eu/noticias/90-da-producao-de-mirtilos-e-framboesa-da-regiao-centro-e-exportada/

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