No dia 3 de janeiro foi comunicado à DGAV o primeiro resultado positivo de Xylella fastidiosa em Portugal, encontrado num canteiro de Lavanda, resultado já confirmado pelo Laboratório de Referência Francês (ANSES).
A amostra positiva foi colhida pelos serviços da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
As plantas encontravam-se num canteiro de ornamentais do género Lavandula dentada (nome comum: Lavanda), nos jardins do Zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia.
As plantas foram encontradas no âmbito do Programa Nacional de Prospeção de Xylella fastidiosa e não apresentavam sintomatologia da doença.
Nos próximos dias vão prosseguir os trabalhos de levantamento e respetiva colheita de amostras de plantas hospedeiras num raio de 100 metros (Zona Infetada), assim como o levantamento da flora sensível ao agente, num raio de 5 km (Zona Tampão).
Desde que a bactéria foi detectada, pela primeira na Europa, na região da Apúlia (Itália), Província de Lecce, afectando uma vasta área de olival, que a sua presença nos olivais portugueses, era esperada com grande apreensão.
Recorde-se que face à evolução da situação, foi entretanto aprovada e publicada a Decisão de Execução (EU) 2015/2417 da Comissão Europeia que lista géneros e espécies hospedeiras identificadas como susceptíveis às subespécies da bactéria detectada no território da União Europeia. Estas espécies “só podem circular na União Europeia desde que acompanhadas de passaporte fitossanitário, quer tenham sido ou não provenientes de zonas demarcadas.”PUB
Resta agora apurar, se as plantas de lavanda, portadoras da bactéria Xylella fastidiosa, entraram em Portugal com ou sem passaporte fitossanitário.
Alentejo apreensivo
As consequências mais dramáticas da chegada da bactéria Xylella Fastidiosa a Portugal podem concentrar-se sobretudo no Alentejo, onde estão concentradas dezenas de milhões de oliveiras, amendoeiras e outras árvores de fruto que são o habitat ideal para a propagação de uma praga que já preocupa os olivicultores alentejanos, sobretudo os que exploram grandes áreas de olival intensivo e superintensivo.
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