Plantas que protejem os cultivos de forma natural e biológica.
Os patógenos encontram normalmente as suas plantas hóspedes através da visão e/ou olfato. Intercalar plantas aromáticas ou de odor forte pode fazer com que se desorientem. Plantar flores vistosas pode distrair os patógenos que normalmente procuram plantas menos visíveis. Com este tipo de plantas o que vamos conseguir é aumentar a atração de uns e diminuir a de outros.
1. Calêndula: repele pulgões, percevejos, mosca branca e nematodes. Repele o escaravelho do espargo. Atrai muitos insetos benéficos para uma horta
2. Alho: para além de ser uma das espécies mais consumidas na cozinha, cultivar alho numa horta é muito benéfico, especialmente se pretende cultivar tomates, já que é um bactericida e fungicida natural. A planta atua como um repelente de pragas que normalmente atacam aquela cultura. Repele nematodes. Usa-se também no cultivo de cenoura e morango.
3. Alecrim: o alecrim é considerado uma planta fácil de cultivar e adequada para jardineiros principiantes, com boa tolerância às pragas. Este arbusto é capaz de defender-se da larva da couve e da mosca da cenoura. A sálvia é um grande parceiro do alecrim. Atrai polinizadores.
4. Tanaceto: o forte aroma desta planta medicinal repele os insetos voadores. Pode ser plantada em qualquer jardim ou horta.
5. Hortelã: uma planta herbácea que se cultiva muito em todo o mundo devido à sua essência aromática. O odor da menta repele leptidópteros, como as traças, formigas e ratos. É uma boa opção para plantar nas zonas limítrofes dos cultivos. Nos limites da horta afasta as formigas. Também repele roedores. Atrai abelhas, zangões e borboletas. Ajuda a controlar as pragas de insetos.
6. Tomilho: esta planta, muito utilizada na cozinha, requer pouco cuidado e tem preferência por terras firmes. O tomilho praticamente não tem inimigos. Afasta a larva da couve. Atrai abelhas e repele insetos indesejáveis.
7. Cravo: uma planta com uma forte carga emocional e política em Portugal, planta-se para acabar com as pragas de nematodes, cochonilhas e outros animais que atacam as raízes das plantas.
8. Coentro: O coentro, largamente utilizado na cozinha, é eficaz no controlo de afídios e ácaros.
9. Gerânio: para além de ser uma planta muito bonita e com flores de várias cores, os gerânios ajudam a proteger a horta. É um repelente natural de insetos.
10. Cidreira: é uma planta medicinal usada como repelente de insetos, sendo muito efetiva contra moscas, mosquitos e formigas.
11. Funcho: amplamente utilizado em saladas e, nalgumas culturas, em confeitaria e licores. Tem a capacidade de repelir as larvas.
12. Cinco-Chagas: também conhecida como flor-de-sangue, flor-de-chagas ou agrião-do-méxico, é uma flor que pode ser comestível, sempre e quando se cultive sem o uso de pesticidas. Repele nemátodos, vermes que atacam e matam as plantas, e insetos. Mantém os bróculos livre de pulgões, as abóboras livres de vermes. Afasta o pulgão, caracóis e formigas.
13. Absinto: planta medicinal e inseticida natural. Fará com que os animais se afastem da horta ou jardim. Repele gorgulhos, ácaros e lagartas em plantações de milho.
14. Manjericão: repele e afugenta a mosca branca, mosquitos, moscas e percevejos. É muito usada em cultivos de tomates e pimentos. Atrai polinizadores, aumentando assim a produtividade das plantas.
Os ratos constituem um grave problema económico e de saúde pública, nomeadamente para o sector agro-pecuário. Emerge como de extrema importância o controlo da populações de ratos na exploração agrícola, ao fazê-lo, o agricultor está não só a prevenir as doenças e os prejuízos económicos associados à presença destes animais, ou seja a contribuir para os resultados da sua exploração, mas também a evitar ou a minimizar a proliferação dos ratos que é potenciada pelos recursos (alimento e abrigo) gerados pelas actividades agrícola e pecuária e, por conseguinte, a reduzir os efeitos nefastos desta praga ao nível da saúde e bem-estar das populações. A aplicação de venenos é um dos métodos mais utilizado para o combate aos roedores nas explorações agrícolas açorianas, contudo, por mais eficazes que sejam os rodenticidas, a sua utilização isolada é insuficiente para se alcançar o controlo. É necessária uma abordagem integrada. É necessário combinar o uso dos rodenticidas com outras medidas ofensivas e com acções que tornem o ambiente a tratar o menos favorável possível à presença e proliferação dos roedores (medidas que reduzam a disponibilidade de alimento e abrigo). Por outro lado, por mais eficaz que seja o veneno utilizado, se este não for bem aplicado os resultados também não serão os esperados .
Desratização química
1. Antes de começar a aplicar os rodenticidas inspeccione o local de forma a determinar quais as espécies presentes e o grau de infestação e corrija, na medida do possível, todas as situações que possam estar a contribuir para a presença e proliferação dos ratos (oferta de alimento e abrigo). O nível de infestação de um determinado local está intimamente associado à quantidade de alimento e abrigo disponível. Quanto mais alimento e locais de refúgio existirem, mais ratos vão invadir o local e maior vai ser a sua taxa de reprodução. Se após uma desratização o local tratado continuar a oferecer condições favoráveis à permanência dos ratos, ou seja, se continuar a existir alimento e abrigo, é natural que eles voltem a aparecer. Por outro lado, se durante uma desratização química existirem outros alimentos disponíveis, o consumo dos rodenticidas, e por conseguinte a eficácia das acções de desratização, vai ser menor. A maior parte das vezes não é possível eliminar todas as fontes de alimento disponíveis, principalmente quando existem culturas no campo. Na maioria das situações, eliminar todos os locais de possível refúgio não é possível ou viavel. No entanto, ao minimizar estes recursos consegue-se reduzir a quantidade de ratos presente.
De forma a reduzir a oferta ou dificultar o acesso dos roedores a alimento e abrigo:
a) Mantenha todos os alimentos passíveis de atrair os ratos em recipientes ou estruturas bem fechadas e à prova de roedor;
b) Evite a permanência de restos de alimento nos comedouros dos animais, ou em seu redor, principalmente durante a noite;
c) Coloque o lixo dentro de contentores bem fechados e à prova de roedor, de preferência apenas na altura do dia em que este costuma ser recolhidod
d) Mantenha o ambiente o mais limpo possível, eliminando quaisquer materiais em desuso que possam facilitar a deslocação ou servir de refúgio para os roedores, tais como montes de madeira, restos de vegetação ou outro lixo/ entulho (desloque regularmente aqueles materiais de que ainda precise);
e) Impeça o acesso dos roedores aos edifícios e outros locais a proteger vedando todos os orifícios e fendas, através dos quais os ratos possam passar, com materiais resistentes aos roedores, tais como telas ou redes metálicas (a malha deve ser inferior a 5 mm), colocando protecções nos fios, cabos e canos que liguem os edificados ao exterior, protegendo a zona inferior das portas (a distância entre a porta e o seu caixilho não deverá ser superior a 6 mm) e mantendo os esgotos protegidos por tampas em boas condições;
f) Afaste, na medida do possível, as máquinas de ordenha, manjedouras, silos, estufas, serras de batatas, campos de milho ou de outras culturas, armazéns, estábulos, galinheiros, ou outros locais de risco a proteger, dos locais onde exista uma maior probabilidade das populações de roedores estarem instaladas, tais como muros de pedra, morros de terra, sebes vegetais, matas, ribeiras e saída de esgotos;
g) Mantenha as zonas em redor dos locais a proteger sem vegetação ou com vegetação o mais rasteira possível e livres de quaisquer materiais que possam servir de refúgio ou facilitar a deslocação dos ratos
h) Nos pomares, pode as árvores de forma a que não toquem umas nas outras (forma de dificultar a deslocação do rato de quinta) e recolha os frutos caídos. Poderá ainda colocar uma protecção metálica à volta do tronco das árvores.
2. Escolha rodenticidas homologados para o fim a que se destinam (uso agrícola, ve – terinário, doméstico ou industrial) e opte pela formulação (pasta, bloco, granulado ou grão de cereal) com que obtiver melhores resultados, no seu caso particular. Os rodenticidas mais indicados actualmente para o controlo das 3 espécies de roedores presentes no Arquipélago são os anticoagulantes de 2ª geração
3. Actue antes da época em que as suas culturas vão ficar mais atractivas e disponíveis como alimento, de forma a evitar as perdas económicas e a aumentar a eficácia da desratização. A aplicação dos rodenticidas deve iniciar-se pelo menos 1 mês antes da fase em que se prevê que a disponibilidade de alimento vá aumentar.
4. Aplique rodenticida sempre que subitamente elimina uma fonte de alimento habi – tual (por exemplo: colheita de uma cultura, retirada dos animais de um deter – minado local onde eram alimentados com rações ou silagem, esvaziamento de um silo, etc.)
5. Nunca coloque os iscos sem estarem devidamente protegidos por um posto de engodo
6. Manipule o material utilizado na desratização (postos, iscos e armadilhas) com luvas, para evitar que o seu cheiro fique no material e provoque desconfiança por parte dos ratos; 7. Distribua os postos de engodo por toda a área a desratizar, privilegiando os locais de maior probabilidade de passagem dos ratos, ou seja, ao lon – go de muros, paredes e abrigos, junto aos locais onde cada uma das espécies costuma fazer o ninho, junto de fontes de alimento, trilhos e tocas ou onde se veri – fiquem outros sinais da presença dos ratos 8. De forma a obter melhores resultados, os postos devem ser colocados com uma distância de 5 a 10 metros entre si, no caso de uma infestação por ratazanas ou de 2 a 4 metros, no caso de existirem murganhos
9. Tente conjugar esforços e actuar em simultâneo com as explorações próximas;
10. A quantidade de isco a colocar em cada posto varia conforme o produto comercial utilizado, as espécies presentes e o nível de infestação do local. Por essa razão comece por colocar em cada posto a quantidade de isco recomendada no rótulo do produto utilizado e de semana a semana vá ajustando a quantidade a oferecer de acordo com o nível de consumo obtido;
11. Visite os postos uma vez por semana e anote os consumos obtidos em cada posto Os venenos anticoagulantes provocam a morte por hemorragias 3 a 10 dias após a ingestão de uma dose letal. Uma vez que a morte dos animais ocorre apenas alguns dias após a ingestão do veneno, é natural que os animais se refugiem nos seus ninhos ou noutro ponto de abrigo quando se começam a sentir doentes e acabem por morrer nesses locais menos visíveis. Desta forma, é raro encontrar animais mortos nos locais tratados, não sendo possível avaliar o resultado das desratizações através do número de cadáveres encontrados;
12. Se o rodenticida utilizado for um anticoagulante de 2ª geração basta reabastecer os postos uma vez por semana
13. Mantenha a oferta de raticida enquanto existirem consumos
14. Desloque os postos em que não se verifiquem consumos durante mais de 2 sema – nas para locais eventualmente mais activos
15. Utilize vestuário protector, nomeadamente luvas, máscara, óculos e botas de borracha durante a manipulação dos rodenticidas, postos de engodo, armadilhas, cadáveres ou outros materiais de risco;
16. Coloque avisos nos postos de engodo e nas áreas sujeitas à desratização, de forma a evitar quaisquer acidentes com crianças e animais domésticos
17. Não aplique os rodenticidas junto a linhas de água (ribeiras, lagoas e orla marítima);
18. Recolha e elimine convenientemente os resíduos de rodenticida, as embalagens roídas ou conspurcadas e os cadáveres encontrados
18. Armazene os rodenticidas longe do alcance de crianças e animais ; 20. Em caso de ingestão acidental dos rodenticidas, contacte o Centro de Informação Anti-Venenos e/ou procure imediatamente um médico (ou veterinário, no caso dos animais), para que possa ser administrado o antídoto (Vitamina K1). Leve consigo o rótulo do produto. Nos animais o envenenamento pode ser primário, pela ingestão directa de veneno, ou secundário, pela ingestão de animais envenenados;
19. Contribua para a preservação dos predadores naturais, como por exemplo os milhafres ou as doninhas e sempre que tal for viável opte por ter na sua exploração predadores domésticos, como os gatos
20. Sempre que possível, opte por utilizar armadilhas em conjunto com os rodenticidas ou em detrimento dos mesmos. As armadilhas podem ser muito úteis para reduzir as densidades populacionais iniciais, diminuindo assim as quantidades de rodenticida necessárias
21. Se o aparecimento de roedores na sua exploração é recorrente, mantenha alguns postos de engodo e/ou armadilhas permanentemente no local após terminar a desratização e verifique-os periodicamente
22. Se ao efectuar uma desratização verificar que os consumos se mantêm elevados e constantes durante mais de 4 semanas, reporte esse facto à Direcção de Serviços de Agricultura e Pecuária. Poderá haver resistências ao rodenticida utilizado e nesse caso será necessário intervir com produtos mais tóxicos ou com outras medidas de combate, de forma a evitar a sobrevivência e proliferação dos animais resistentes.